O silêncio das Palavras
Busco o sentido dos sentidos; o significado
dos significados.
O desespero, a angústia, a tristeza, não são categorias bélicas, mas
promovem guerras internas onde não há vencedor nem vencido.
São os pequenos combates do espírito
onde se instala um clamor “ para
dentro”.
Conjecturo.
Observo, placidamente, o que me é dado observar. Como quem observa uma obra de arte.
Tento não
confundir o que nela é específico com a especificidade humana.
Tento obter
uma visão da totalidade sem me confinar a visões
sectoriais de modo a manter intacta a dignidade dos valores positivos.
sectoriais de modo a manter intacta a dignidade dos valores positivos.
Sinto a
crispação do ver inteligente, de um ver que não vê mas prevê.
Um nevoeiro
denso e opaco penetra-me, instalando-se nos socalcos
da alma, plantando a remota certeza de que um dia outros olhos fitarão os teus olhos.
da alma, plantando a remota certeza de que um dia outros olhos fitarão os teus olhos.
São estilhaços
de consciência que o mar transporta em ritmo lento.
O ritmo possível do fluxo
imposto.
Não quero
ficar aqui à pesca dos restos do previsível naufrágio.
Quero viver
hoje o destino.
Não preciso
de espaços nem de tempos.
Fazem-me
sentir paradoxalmente apressada.
Só quero o
ritmo normal das coisas.
A minha pressa é actuante.
A minha pressa é actuante.
Quero conjugar,
diariamente, o verbo amar.
Sinto-me conduzida, qual aluna socrática, a trilhar caminhos que não desejo mas que mos apresentam de modo pungente.
Cada vez
mais a voz se me amacia na seda das janelas cerradas, onde o silêncio se acomoda
em grilhetas de veludo.
Dói-me não
transferir esta « ânsia do peito para os teus braços.»
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