Vem
Vem.
Digo-te por entre murmúrios sincopados
Mergulhados no silêncio dos olhos, onde
Uma crisálida de pálpebras convida-te a entrar.
Vem.
Viaja pelos vales do meu corpo
Com dedos de palavras mudas
E sacia a tua sede na nascente do meu rio.
Vem.
Não digas nada.
Esmaga as palavras com as mãos
E espalha-mas na pele como pétalas de jasmim,
Para que vagas de fogo incendeiem a giesta da noite
Que a tua ausência semeia.
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